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As armas do meu Adufe,
não têm signo nem fronteira.

Bem-vindo ao Adufe 5.0


O que é humano? (III/III)

25.05.2004 por Rui Cerdeira Branco Categoria Política

III

Na nossa vida caseirinha, seria bem mais estimulante e enriquecedor se por uma vez centrássemos um debate político no enquadramento externo deste país. Fazer das eleições europeias umas eleições quase exclusivamente sobre a política externa? Que tal?
Vivemos uma época em que é relativamente fácil interessar o eleitorado para a importância das nossas opções de política externa e no papel que queremos e podemos ter na “construção europeiaâ€?. Haja um mínimo de engenho…

Ficamo-nos por cartões amarelos, por “sangue, suor e lágrimas” absolutamente despropositados, por abraços para o boneco.
Habituámo-nos aos sound bytes, mas ao menos inventemos outros. Deixemos – se tiver mesmo de ser – o primarismo ululante para as claques do futebol. Contenhamos por lá a nossa catarse animalesca.

O que fizemos nas últimas semanas?
Tapamos os mortos de Madrid com um conto de fadas, apaziguámos a consciência com a imposição de cortinas sobre a tortura (tribunal marcial para quem andar com câmaras digitais em cenário de guerra!) e calámos o outro chamando-lhe engajado, militante ou coisa que o valha como se de sarna se tratasse.

Errar deixou de ser humano. O erro não existe entre quem governa. Ou melhor quem governa não é humano; regressámos aos semi-deuses.
Em tempos pouco propícios ao iluminismo, resta-nos esperar que a não-humanidade descambe no completo pesadelo.

Haverá alguém dotado de inteligências que se atreva a fazer das suas fraquezas forças?
Há tanto para fazer que qualquer coisa boa que se faça corre o risco de ser uma grande coisa.
Voltamos ao Alamada, cara Sarah…

— fim —

A trindade de uma assentada:

O que é humano?
I
A forma como se fazem as guerras e o sucesso quanto aos seus objectivos fundadores não se mede com a ocupação de um país. Já Maquiavel e outros antes dele nos ofereceram conselhos sábios quanto a conquistas e rumos para preservar o poder controlando o inimigo. Todos os erros possíveis foram cometidos no Iraque, e agora, finalmente, começam a engrossar fileiras os que reconhecem o logro em que caíram. Mas são ainda poucos, e não se demoveram ainda os mandantes. Correm aliás o risco de fechar funções com erros ainda maiores, sempre muito apropriados a visões simplistas do relacionamento entre os Homens.
Lê-se nos media que estamos agora mais perto de perder a guerra.
Al-Qaeda mais forte do que nunca (TSF)

O número de vítimas que não sabem ainda o seu destino estará a aumentar inexoravelmente. A causalidade antes difusa apresenta-se pateticamente evidente. É agora mais difícil perceber que o mundo é cinzento e que é por trilhos mal iluminados que conseguiremos conter o cancro.

O combate terá que se fazer de outra forma e com outros protagonistas. Nem com a cruzada de Bush (em busca do saque e no cumprimento de uma Missão), nem com o voluntarismo cristão(?) de Soares com o seu diálogo com o terrorista.

Fulanizando, as esperanças voltam-se cada vez mais para John Kerry nos EUA, mas ainda tarda Novembro. Ao mesmo tempo exige-se também cada vez mais (e melhor) actuação política da União Europeia e do todos os restante blocos e países do mundo.
A união sempre foi o único meio mas não faz por si o percurso contrariamente ao que, nos últimos meses, auto-investidos senhores do bom caminho nos fizeram crer. Sempre foi condição necessária mas nunca suficiente.
O mal não é evidente, apenas o seu processo de disseminação começa a parecer-nos intuitivamente simples.

Como disse, quem só viu o preto e o branco no passado não tem olhos para definir nem capacidade para percorrer o tortuoso e traiçoeiro caminho da pacificação.
Sair do Iraque a toda a velocidade seria uma catástrofe, continuar por lá nos moldes de hoje também (talvez por aqui como nos recomendou o Paulo – Marina Ottaway).

II

Chorrilho de banalidades:
1. Sharon e os extremistas israelitas – perdoem-me, mas sinto-me um pouco mais responsável pelo que eles fazem do que pelo que fazem os palestinos – são, como sempre, os maiores aliados das suas contra-partes extremistas árabes.
2. Bush e a sua administração permanecem exuberantes lança chamas que continuam a avivar a fornalha do ódio e do terror futuro.
3. Tenho cá para mim que resolver a dependência do petróleo é absolutamente determinante e não estou nada seguro de que estejamos sequer muito preocupados em implementar a tecnologia que o permita. Por outras, reduzir ao mínimo possíveis conflitos de interesse é indispensável e extremamente urgente (já nem falo do ambiente). De certa forma, é preciso melhorar os níveis de salubridade do “modeloâ€? de convivência globalizado.

Nós por cá:
Nós por cá, vamos tentando afastar o rótulo de “carne para canhão mais do que provável dos terroristas” e inquietamo-nos também pela impotência, por um nem sequer tentar contribuir (que não para o erro).
Porque nos apequenamos tanto? Mesmo nós, portugueses? E particularmente os nossos políticos, muitos deles experientes e instruídos (também os há, tenham dó!)
A intervenção diplomática nem sempre se mede em números; por cá e um pouco por toda a Europa apequenamo-nos. Desculpamo-nos com heranças, más consciências do passado e ficamo-nos.
Era tempo de termos quem defendesse até à exaustão, se necessário, uma outra forma de encarar o nosso papel no grande esquema das coisas. Neste percurso, defender o laicismo do Estado é inegociável. E apresentarmo-nos enquanto Estados laicos respeitadores das opções religiosas dos cidadãos é uma vantagem, mas nada disto é novo! Este era o nosso rumo antes do 11 de Setembro e deve continuar a sê-lo.
Qualquer reacção religiosa, mesmo que trazida pela pena do bafio beatista – veja-se a “questão” com a constituição europeia – será um problema desnecessário e sempre um problema.

III

Na nossa vida caseirinha, seria bem mais estimulante e enriquecedor se por uma vez centrássemos um debate político no enquadramento externo deste país. Fazer das eleições europeias umas eleições quase exclusivamente sobre a política externa? Que tal?
Vivemos uma época em que é relativamente fácil interessar o eleitorado para a importância das nossas opções de política externa e no papel que queremos e podemos ter na “construção europeiaâ€?. Haja um mínimo de engenho…

Ficamo-nos por cartões amarelos, por “sangue, suor e lágrimas” absolutamente despropositados, por abraços para o boneco.
Habituámo-nos aos sound bytes, mas ao menos inventemos outros. Deixemos – se tiver mesmo de ser – o primarismo ululante para as claques do futebol. Contenhamos por lá a nossa catarse animalesca.

O que fizemos nas últimas semanas?
Tapamos os mortos de Madrid com um conto de fadas, apaziguámos a consciência com a imposição de cortinas sobre a tortura (tribunal marcial para quem andar com câmaras digitais em cenário de guerra!) e calámos o outro chamando-lhe engajado, militante ou coisa que o valha como se de sarna se tratasse.

Errar deixou de ser humano. O erro não existe entre quem governa. Ou melhor quem governa não é humano; regressámos aos semi-deuses.
Em tempos pouco propícios ao iluminismo, resta-nos esperar que a não-humanidade descambe no completo pesadelo.

Haverá alguém dotado de inteligências que se atreva a fazer das suas fraquezas forças?
Há tanto para fazer que qualquer coisa boa que se faça corre o risco de ser uma grande coisa.
Voltamos ao Alamada, cara Sarah…

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