É algo angustiante mas hoje tem sido e continuará a ser impossível dar resposta condigna à interpelação do Timshel (ver comentários ao texto). O trabalho está primeiro. De qualquer forma destaco aqui o texto do Timshel a esta triologia preparando o eventual leitor para a resposta.
Aliás, lá mais para o fim da tarde darei destaque à interessante resposta que o Lutz deixou noutro comentário da mesma mensagem. Fica muito bem entregue o Adufe hoje 🙂

«Desculpa fazer um copy and paste de um post que fiz há uns tempos atrás mas gostaria de saber a tua opinião sobre ele:

“A obrigação moral ou assenta em axiomas ou então é um mero produto de relações de forças conjunturais localizadas no tempo e no espaço. Nesta última perspectiva, ela varia ao sabor das circunstâncias.

Sem uma referência a um direito de origem divina não é possível nenhuma fundamentação teórica válida de uma obrigação moral absoluta. Poder-se-á dizer que as regras da convivência entre os homens produzem essa obrigação moral sem necessidade de recorrer à sua fundamentação divina.

Mas essa afirmação impede qualquer julgamento de validade sobre uma qualquer obrigação moral. Na medida em que as circunstâncias sociais se alterem, a tortura, o assassínio, ou todo e qualquer comportamento criminoso podem deixar de o ser. O direito sem esta fundamentação divina é apenas o produto de uma relação de forças, a lei do mais forte.


Mesmo que pensemos que o direito não deve ser isto, a fundamentação de tal posição (moral, aliás) nunca poderá sair da esfera do humano e do relativo às condições históricas que produzem o direito.

Nunca será possível condenar o Mal. Ele será sempre relativo. Se agora o Mal é Mal tal não significa que noutras condições históricas o que é agora Mal não possa ser Bem.

Não consigo encontrar uma fonte de validade outra que não a divina para poder dizer que sempre o assassínio e a tortura são crimes. Independentemente de todas e quaisquer circunstâncias históricas.

E só assim posso dizer a alguém que cometeu um destes crimes que o que ela fez foi errado. Senão apenas lhe posso dizer que será condenada apenas porque não é (tem) poder. Se tivesse poder ou se a “consciência moral colectiva” ( e já vimos isso no nazismo) lhe desse esse poder, o assassínio ou a tortura já eram coisas boas.”

Óbviamente que as tuas opções são apenas tuas e a experiência me diz que existem muitos ateus ou agnósticos que são melhores cristãos do que certos cristãos formais.

O problema que aqui te coloco é puramente intelectual, isto é, puramente lógico.»
Timshel

Discover more from Adufe.net

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading