Com uma ajudinha do Paulo Portas (uma boleia de F16) e uma ligeira revisão no estatuto das incompatibilidades a senhora vereadora, deputada municipal, deputada da Assembleia da República, Edite Estrela (ver notícia do Público descoberta via Irreflexões) ainda consegue fazer um três em um quando for eleita deputada ao parlamento europeu.

Saber que depois de ter sido condenada em julgamento por infracções no exercício de funções executivas – uma sentença carregada de significado político – esta senhora – em quem em tempos votei! – consegue ser designada em lugar elegível para representar o país no parlamento europeu – sem o mais pequeno esforço de reciclagem, de travessia no deserto/processo-de-conquista-de-humildade – é aviltante!

Junta-se o facto de o ir fazer numa lista encabeçada por Sousa Franco que tem no cartão amarelo ao Governo – e não no projecto europeu – o único mote de campanha e ainda um número quatro da dita lista que já avisou não ir cumprir o mandato até ao final por compromissos com uma estrutura local do partido (fará o sacrifício de concorrer a uma Câmara Municipal) e tenho de concluir que é demais para quem respeite minimamente a sua inteligência e tem algum entendimento do que deve ser uma democracia e o papel de um partido no regime.

Infelizmente (eu acho), muitas vezes na vida me decidi pelo que não queria. Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu não quero votar no PSD/CDS, não quero votar no BE, não quero votar na CDU e não vou votar no PS.

Em branco, nulo ou na abstenção?
Assustador é sentir o risco de nas eleições seguintes se repetir novamente a mesma tripla… Estou farto da lógica do mal menor e do voto útil. Mas como sair deste enredo?

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