Férias: Espreitando o Rossio ao Sul do Tejo (act.)
Adenda: melodia de fundo para esta crónica sugerida pela Giesta: 125 azul dos Trovante.
Foi no Domingo que zarpámos em direcção à Benquerença. O dia nasceu ameno como aliás nasceriam os restantes ao longo das férias que se iniciavam. Lisboa-Benquerença com paragem para juntar o útil ao agradável em Abrantes. Ãtil porque convém esticar as pernas pelo menos uma vez numa tirada de 300 quilómetro e agradável porque a cidade é acolhedora e havia por lá um abraço em dÃvida.
Na aproximação a Abrantes, já abandonada a A23, sintonizámos a Rádio Tágide e lá ouvimos o nosso amigo blogguer António Colaço, já próximo da 20ª hora da sua maratona de 25 horas em presença non-stop na Galeria Municipal de Abrantes, entrevistando um ancião do Distrito que havia ganho uma medalha pelo seu espÃrito inventivo. Havia inventado um novo apanhador…seria de fruta?
Enquanto subiamos a ladeira em direcção à praça forte da cidadela de Abrantes batemos continência no famoso quartel onde o Avô Branco assentou praça há mais 50 anos. Lembro-me de espreitar há muitos anos a sua cédula militar onde se apresenta garboso numa fotografia em cima de um belo cavalo. A mesma cédula onde com o conluio das autoridades fingiu que sabia ler e escrever. Olhando para a sentinela ao portão que desaparece à medida que o automóvel desfaz a rotunda em direcção ao topo da cidade vinga o dito antigo âTudo como dantes no quartel de Abrantesâ?.
Tantas vezes passámos por Abrantes, juntos ou cada um por si. Lembro-me de admirar a cidade nas viagens do comboio ascendente em direcção a Castelo Branco e mais recentemente de a cruzar em direcção ao Rossio ao Sul do Tejo, sempre a caminho de Castelo Branco, vÃtima de uma autoestrada que teimava em se ir fazendo. Mas, naquele dia, neste dia, visitávamos com algum descanso o centro histórico e sentÃmos um pouquito do pulsar da cidade. Começava a cheirar a almoço, as ruas tinham pouca gente… Vimos as primeiras andorinhas. Bem podÃamos estar em Avis (faltavam as laranjeiras) ou mesmo numa parte do planalto urbano de Penamacor… Assomando-nos ao parapeito da fortaleza (parcialmente encerrada a visitas) o Tejo cirandando e as três torres da central do Pego desenganaram-nos.
A paragem e o passeio eram contudo essencialmente patrocinados pela visita à Galeria Municipal de Abrantes. Fomos então em busca da exposição Abril Ãnimos Mil organizada pela alma responsável pela revista (agora blogue) que merecia ser parabenizada. Fomos dar com o local muito perto da Travessa do Tem-te-bem, já bem junto ao Largo da Câmara Municipal.
Lá dentro, a recepção ficou a cargo de Mário Viegas, Sempre!, vimos serigrafias, pinturas, esculturas naturais, fotografia, tudo num espaço pequeno, luminoso e acolhedor. Provámos os licores e o bolo finto, trocámos dois dedos de conversa com o António Colaço, off the air e on the air pois foi-nos impossÃvel recusar âconceder-lheâ? a nossa primeira entrevista para a rádio (a rádio Tágide â boa música celta por lá ecoou enquanto nos acompanhou no resto da viagem! ) e, por fim, bebido o cafezinho no café do Largo, deixámos Abrantes muito satisfeitos por nos termos oferecido tal paragem. Este foi sem dúvida um auspicioso inÃcio de férias.
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Nota: a exposição Abril Ãnimos Mil tem entrada livre, conta com a colaboração de mais de uma vintena de artistas e mantém-se aberta ao público até 30 de Abril.
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Nota II: Já foste ao teu blogue ver as notÃcias que interessam? Não, fui ao teu!
November 7th, 2004 at 5:57 pm
Rossio ao Sul do Tejo terra de patos bravos eu incuído. Lembro-me bem das corridas para apanhar o triste pato que normalmente corria para a margem do tejo e eram os mais ligeiros ( a correr que não a nadar ) que o apanhavam . Naquele temp+o um pato para o jantar era festa na certa.Quem se lembra destes festejos??
January 3rd, 2005 at 7:26 pm
Quem se lembra destes festejos??
Sim, hoje aos meus 46 anos, nasido em rua dos marmeleiros, è com uma grande nostalgia que ao percorrer esta pàgina me veêm lembraças da minha moçidade no Rossio. Emigrante aos meus 8 anos, lembro me perfeitamente da corrida ao pato e do fogo de artificio assim que das festas que o meu pai varias vezes animou.
Desculpe o meu portguês mas là se vao mais de 20 anos jà nao estive a opurtunidade de retornar em portugal.
Obrigado por esta simples pajina que me fez recordar uma multitude de coisas que jà estavao apagadas da minha mente.
Fernando Martins
PS Uma foto da rua dos Marmeleiros ? Possivel ??
January 3rd, 2005 at 10:16 pm
Quem sabe caro Martins? Pode ser que alguém por aqui passe e que tenha uma no bolso para a troca.
Agradeço-lhe o seu comentário pois dá ânimo substancial para continuar. Em português, melhor ou pior, nos entendemos.
Um abraço!