Excerto de um texto recentemente publicado na Rua da Judiaria:

Para Cada Pessoa Há um Nome *

Para cada pessoa há um nome
outorgado sobre ela por Deus,
a ela dado pelos seus pais.

Para cada pessoa há um nome
concedido pela sua estatura
e pelo seu sorriso
e pela sua forma de vestir.



Para cada pessoa há um nome
vertido pelas montanhas
e pelas paredes que a circundam.

Para cada pessoa há um nome
dado pela roda da Sorte
ou por aquilo que os vizinhos lhe chamam.

Para cada pessoa há um nome
inscrito pelas suas falhas
ou pelos seus desejos.

Para cada pessoa há um nome
entregue pelos seus inimigos
ou pelo seu amor.

Para cada pessoa há um nome
derivado das suas celebrações
e da sua ocupação.

Para cada pessoa há um nome
apresentado pelas estações
e pela sua cegueira.

Para cada pessoa há um nome
que ela recebe dos mares
e que lhe é dado pela sua morte.

Zelda, poeta israelita falecida em 1984. Este poema, Para Cada Pessoa Há um Nome, tornou-se sinónimo da necessidade de recordar as vítimas do Holocausto e anualmente é recitado em cerimónias oficiais em Israel. Hoje, no 27º dia do mês hebraico de Nisan, comemora-se o Yom HaShoah, o Dia Memorial do Holocausto. Porque não se pode esquecer a História.

(…)
*Em hebraico, palavra “nomeâ€? (shem) possui um simbolismo impar, por ser utilizada no discurso corrente e litúrgico como referência directa a Deus – HaShem, literalmente “O Nomeâ€?.

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