Ainda as declarações de Figueiredo Lopes…
No caso muito concreto destas declarações vejo muito pouco conteúdo político digno de comentário. Concordo com Pacheco Pereira, há minutos na SIC: estamos perante especulação jornalistica na qual caiu redondo, diga-se, o inconfundível Pedro Santana Lopes, dizendo que ficára surpreendido com as declarações e que iria pedir esclarecimentos aos intervenientes (o Ministro da Administração Interna e o Primeiro Ministro) – o tipo já é presidente e ninguém se apercebeu…
Deixando o humor e regressando às declarações e cavalgada que se lhe seguiu ontem e hoje. Sejamos inteiramente honestos: as premissas das declarações são distintas logo não são comparáveis… O ministro respondeu com racionalidade a uma pergunta inteligente. Disse o que é exigível ouvir-se de qualquer governante. Vi as simplificações ou descontextualizações, que só contribuem para um maior receio e calculismo dos políticos, ser aplicado a “vítimas” socialistas em tempos de governo PS e fiquei revoltado.
Ganhamos muito em dar valor às palavras resistindo a oportunismos de ocasião. Eu sei que o Ministro (FL) já tem imagem de trapalhão e incompetente, em sei que há uma natural hipersensibilidade a tudo o que envolva o iraque e assuntos conexos logo, facilmente se lhe colam as declarações que se lhe atribuem conferindo-lhe outro sentido, em suma, a tentação era forte mas não serve a democracia e nem sequer é necessária ao combate político. Acredito mesmo que são contraproducentes em termos imediatistas, talvez nem sempre, mas: o tipo que quiser contar a história ao amigo corre o risco de se aperceber estar a criticar algo razoável… Ouvi em minha casa pessoas politicamente não fundamentalistas perguntarem onde estava a incoerência… Quão estúpidos são os portugueses? Há À tentações em que eu também já devo ter caído aqui no Adufe que convém combatermos, engrandece-nos a todos e é higiénico.
Como muito bem notas, João, recentrando a questão (ler caixa de comentários no País Relativo), o nosso PM dá-nos inquestionáveis motivos de crítica. Usemo-los e denunciemo-los como muito bem vêm fazendo no País Relativo. Abraços!
April 17th, 2004 at 10:36 pm
De facto, as afirmações têm muito pouco conteúdo político, mas ilustram muito bem a leveza com que o governo tem gerido a questão do Iraque. Sobre este assunto, não acertam uma. Nunca acertaram. Tudo começou quando o primeiro-ministro, de gravata vermelha, falou de paz na abertura da cimeira dos Açores, enquanto os outros três, de gravata azul, falavam da guerra…
April 17th, 2004 at 11:52 pm
Nem mais Rui, aquilo que descontextualizado parece uma contradição de posições, facilmente se compreende serem respostas diferentes a perguntas diferentes…
Enfim, jornalismo à portuguesa, ao nível dos nossos políticos.
PS: Só uma correcção ortográfica: “À tentações em que eu também já devo ter caído …”? Ó Rui, isto nem parece teu!
April 17th, 2004 at 11:56 pm
felizmente não parece. Obrigado pela dica. Como não parece não leva rasura 😉
Parabens pelo excelente jogo do Bruno Paixão no Bessa hoje, Nuno.