Fotografia do Primeiro-ministro que surge nas primeiras páginas da publicação «Um Retrato EstatÃstico - 30 anos de 25 de Abril» do INE.
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“Fotografia do Primeiro-ministro que surge nas primeiras páginas da publicação «Um Retrato Estatístico – 30 anos de 25 de Abril» do INE”.
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Em anexo a transcrição do prefácio.

O 25 de Abril de 1974 foi um momento central da nossa história contemporânea. Portugal é um país em permanente evolução desde Abril de 1974 que, após a consolidação da Democracia, tem enfrentado com sucesso o desafio do Desenvolvimento, caminhando para a construção de uma sociedade mais avançada e mais solidária. Os indicadores da mudança económica e social dos últimos trinta anos confirmam esta evolução marcante do país, que hoje possui modernas infraestruturas rodoviárias e de transportes, onde a qualidade de vida média da população cresceu de forma significativa, a esperança média de vida aumentou, e em que a generalidade da população tem acesso a todos os níveis de ensino, bem como aos meios culturais.
Como a maioria dos indicadores apresentados nesta obra salientam, a ainda jovem democracia foi o quadro político indispensável do processo de desenvolvimento da economia e da sociedade portuguesa, hoje preparada para encarar com mais confiança os novos desafios da globalização.
Para além da condição democrática é essencial reconhecer o papel decisivo que foi desempenhado pela nossa integração europeia e tudo o que esta representou de estímulo ao progresso nacional nos mais diversos domínios. Entre as muitas áreas que este livro apresenta e analisa, gostaria de destacar algumas que me parecem essenciais.
O capital educacional é um dos mais importantes instrumentos de modernização da sociedade portuguesa. Apesar do grande avanço da rede de escolas e universidades, e da escolarização dos portugueses ser bem visível nos indicadores apresentados neste livro, o grande desafio dos próximos anos é o de resolver o problema do abandono precoce do sistema educacional, que ainda marca certos estratos da sociedade portuguesa. Esta é uma batalha que terá de ser vencida e que iremos mesmo vencer.
As condições de vida dos portugueses melhoraram tão significativamente que quase que eliminaram a memória do passado, sobretudo nas geração mais jovens. Basta relembrar o assustador número de alojamentos que em 1974 não possuíam electricidade, água canalizada ou esgotos, e compará-los com os de hoje. Este é um campo onde qualquer pessimismo conjuntural não poderá apagar a mudança, seja qual for o indicador escolhido.
No entanto, as profundas mudanças inerentes à nova sociedade de informação, à inovação tecnológica, e à concorrência acrescida a nível mundial, não permitem a nenhuma sociedade um lugar garantido na escala do desenvolvimento. Outro desafio determinante para o nosso futuro é pois o do crescimento de uma activa e dinâmica sociedade civil, com uma mais saudável relação com o Estado. Esse capital social revela-se indispensável à iniciativa empresarial e à capacidade institucional que constituem factores relevantes para o desenvolvimento e a qualidade da Democracia.
Os indicadores aqui apresentados e comentados pelo Instituto Nacional de Estatística no âmbito da Comemorações dos 30 anos do 25 de Abril serão certamente um importante instrumento de balanço e deverão incentivar a reflexão presente sobre os desafios do Desenvolvimento para a sociedade portuguesa. Espero e desejo que essa reflexão alimente uma cada vez maior exigência da nossa sociedade e, muito especialmente, de uma juventude que, justamente, não vai ceder ao derrotismo e ao “pensamento débilâ€? de todos aqueles que ainda vivem numa visão resignada e melancólica de Portugal.

José Manuel Durão Barroso
Primeiro-Ministro

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