Hoje falaram-me durante alguns minutos de uma esquadra da polícia no centro da capital do país.

Um colega foi roubado enquanto comia descansadamente num restaurante. O “cavalheiro” que se sentara na mesa de trás, estando costas com costas, aproveitou para lhe aliviar a carteira.
Algumas horas depois, descoberta a localização da esquadra mais próxima, lá foi dar conta da ocorrência.

Disse-me que foi muito bem recebido mas que preferia não ter partilhado a simpática companhia das forças da autoridade por mais de duas horas.
Haveria grande movimento na esquadra? Nem por isso. Havia era um fotocopiadora avariada há largos meses, um único PC funcional (quase um pré-PC pela descrição). Havia ainda um aparentemente novo software com o qual ninguém na esquadra sabia operar (ou seria o computador operacional uma efectiva novidade?) e havia uma má ligação telefónica (ou problemas de entendimento) entre o agente que desesperava em busca do botão certo em que carregar para registar a “ocorrência” e o “Help Desk” que o tentava guiar via telefone.

Mais de duas horas numa esquadra onde a infraestrutura policial era praticamente nula. As condições precárias e o profissionalismo compulsivamente reduzido à teimosa simpatia do mal amado quadro especial da função pública.

Em Lisboa, no Arco Cego, aos 25 de Março de 2004. Com vista para a magnífica sede da CGD, num estranho dia de brancas luminosidades e ares gélidos, de arreganho.

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