Sem excepção
A Catarina deixou aqui ontem na caixa dos comentários um exemplo justificativo da necessidade que muitos sentem em deslocar-se todos os dias no seu meio de transporte privado e apontou ainda outras razões dissuasoras da utilização de alternativas.
â(â¦)deixa-me defender o uso do carro dentro da cidade em certas circunstâncias: colegas minhas com dois filhos pequenos, saem de casa com sacos de roupa de troca e fraldas e tarecos, dois miúdos, muitas vezes um deles ao colo, levam um a um infantário, o outro a outro berçário, ou ao infantário e à escola primária, e ainda conseguir chegar a horas ao trabalho…para elas, tem dó, não queres que se levantem à s seis da manhã, para conseguir equilibrar crianças no meio da malta apinhada nos laranjas (sabes o que é trepar para um autocarro com um bebé de 15 kg ao colo?) mais os sacos da tralha, mais empurras, e depois tudo no trajecto de volta, antes dos banhos, jantares, trabalhos de casa, brincadeiras, supermercados…enfim, a lista poderia ser infindável.â?
Dito isto a Catarina continuou concordando que â(â¦)se deveriam usar mais os transportes públicos [t.p.]. Em cinco anos em Londres nunca peguei num volante…mas lá os t.p. funcionam mesmo como alternativa e vão a todo o lado, sem grandes esperas e com interfaces, se for caso disso. Não só funcionam como alternativa, como são uma alternativa muito melhor. Aqui começa-se pelo fim: primeiro obrigam-se as pessoas a não andar de carro…depois hão-de aparecer t.p. decentes…eventualmente…â?
Em próximos textos tentarei expor um pouco melhor a minha posição mas desde já avanço que passará pela defesa da ausência de qualquer regime especial ou de excepção seja para quem for no que diz respeito à penalização a recair sobre quem traga o carro para dentro do perÃmetro urbano da cidade.
February 12th, 2004 at 11:38 pm
Fico à espera dessa defesa…:-)
February 13th, 2004 at 4:42 am
E os mais idosos, e os que têm dificuldade em movimentarem-se? Lisboa tem uma enorme desvantagem em relação às outras grandes cidades – não é uma cidade plana. A qualquer sítio que se queira ir, andamos sempre no sobe e desce.
Não gosto deste tipo de radicalismos. Não resolve nada e cria grandes problemas.
Parece-me que em primeiro lugar deve ser alargada e melhorada a rede de transportes públicos existentes, a preços convidativos de modo a atrair o maior número possível de utentes. A partir daí, se necessário, fazer um apelo à utilização dos TPs. Caso contrário os problemos que se vão gerar só aumentam o abandono da Baixa. A menos que não a queiram repovoar e dar vida.
Se a sua tese for para a frente, eu serei uma das pessoas que não vai poder lá voltar.
February 13th, 2004 at 11:56 am
Os t. p. dão sinais vitais e são cada vez mais… interactivos.
February 13th, 2004 at 12:51 pm
Rui,
Concordo que não deve haver regimes de excepção, da mesma forma que concordo que não deve ser proibido.
Sou mais favorável a uma taxa de circulação fixa, mas a forma como a EMEL funciona não é essa solução. Defendo mais uma solução tipo-Londres (portagem) do que esta dos parquímetros, que em Lisboa apenas funcionam como gerador de receitas extraordinárias para a CML.
O esquema actual não contempla a situação de quem vem trabalhar não tem onde estacionar, na maior parte da cidade. Escusado será dizer que na maior parte dos locais de trabalho as pessoas não têm disponibilidade para de 2 em 2 horas se deslocarem a um parquímetro para pôr moedas…
A atitude prepotente da EMEL, que não cumpre regras básicas, como a aceitação de notas e a devolução de troco, leva a que surja facilmente uma desculpa para não se pagar e que tem sido a justificação mais usada para em tribunal a EMEL perder quase todos os processos.
O transporte público pode ser a solução de muitos problemas, mas não faz milagres. Veja-se o caso de Paris, uma cidade com uma extraordinária rede de transportes, com interfaces entre todo o tipo de transportes (avião-comboio-metro-autocarros), prioridade aos transportes públicos na circulação na cidade, mas que tem filas de quilómetros todas as manhãs e fins de tarde para entrada e saída na cidade.
A única forma de limitarmos a circulação automóvel é a mesma que defendo para o tabaco: aumento proibitivo dos preços dos combustíveis para uso particular, de forma a que se desincentive a sua utilização individual. Claro que isto significa que só os ricos podem andar de carro, mas estamos perante um problema de quase impossível resolução com consciência social…
Agora que o debate está aberto, venham as sugestões e opiniões!
February 13th, 2004 at 12:55 pm
[0337/2004] De novo os transportes urbanos
Caro Rui, Concordo que não deve haver regimes de excepção, da mesma forma que concordo que não deve ser proibido. Sou mais favorável a uma taxa de circulação fixa, mas a forma como a EMEL funciona não é essa solução. Defendo mais uma solução tipo-Londr…
February 14th, 2004 at 1:11 am
O trânsito em Lisboa e Arredores
O Rui contava-nos à dias uma história de excepções no estacionamento em Lisboa. Em contrapartida a Catarina acha que existem excepções , enquanto que o Nuno dá como exemplo Londres e Paris. Concordo com as excepções da Catarina e considero…
February 14th, 2004 at 1:16 am
O trânsito em Lisboa e Arredores
O Rui contava-nos à dias uma história de excepções no estacionamento em Lisboa. Em contrapartida a Catarina acha que existem excepções , enquanto que o Nuno dá como exemplo Londres e Paris. Concordo com as excepções da Catarina e considero…
February 14th, 2004 at 1:26 am
Concordo com as excepções da Catarina e considero as mesmas mais que válidas, agora o problema e como exemplo, Lisboa, é completamente contrário às excepções. Quem passeia todas as manhãs pela IC19, como infelizmente por questões laborais, tenho que fazer, observa como a maior parte dos carros possuem apenas uma pessoa, a que conduz.
Mais em http://docedaavozinha.weblog.com.pt/arquivo/066410.html
February 14th, 2004 at 8:36 pm
Vejo que estão a discutir um problema bem comum aqui em São Paulo, nem mesmo o rodízio de placas consegue resolver a situação. Qualquer transporte em SP é de enlouquecer pelos mais diversos motivos…
🙁
February 15th, 2004 at 11:05 pm
Por cá metade dos arquitectos andam fazendo campanha para que Lisboa cresça em altura, muito poucos se preocupam em evitar os problemas que já temos e muitos menos em antecipar os problemas que poderão potenciar.
March 1st, 2004 at 3:22 am
O trânsito em Lisboa e Arredores
O Rui contava-nos à dias uma história de excepções no estacionamento em Lisboa. Em contrapartida a Catarina acha que existem excepções , enquanto que o Nuno dá como exemplo Londres e Paris. Concordo com as excepções da Catarina e considero…