Subscrevo o alerta do João da Metamorfose e faço aqui a sua transcrição:

 Se a imagem desaparecer provavelmente o público mudou de posição tendo optado por retilá-la esta fotografia tem vindo a ser utilizada pelo público online, para ilustrar notícias relativas à discussão em torno da despenalização da interrupção voluntária da gravidez (ivg) até às 12 semanas.
acontece – como é perfeitamente visível – que a mulher fotografada está grávida de muito mais do que 12 semanas, pelo que a utilização neste contexto é profundamente abusiva. e não só é abusiva, como retrata muito bem a degenerescência a que tão importante questão está sujeita.
a ivg tem vindo a ser abordada por responsáveis políticos, jornalistas e figuras públicas com alguma intensidade e frequência. no entanto, a desinformação é generalizada, a politização extremada e a inacção confrangedora, o que ilustra bem a inconsequência da maior parte das discussões de fundo da sociedade portuguesa.
mostramos mulheres grávidas de mais de 20 semanas, quando nos referimos a gravidezes até às 12 semanas; damos atenção às palavras de um bispo, mas relativizamos a opinião de médicos e cientistas; escrevemos páginas e páginas de opinião, mas são muito poucos os que estão minimamente informados sobre as múltiplas dimensões do problema.
mostrar fotografias como a que o público mostra não é só irresponsável. é, também, um desrespeito imenso por todas as mulheres do mundo.

nr – no sábado passado, enviei um email ao josé manuel fernandes e ao josé vitor malheiros a chamar a atenção para o facto de a fotografia aparecer a ilustrar uma notícia do público online. hoje de manhã, recebi um e-mail de resposta, onde se afirma que a questão iria ser discutida em reunião de redacção e que também eles achavam que a fotografia era infeliz. o facto de a mesma aparecer esta tarde a ilustrar uma nova notícia, leva-me a concluir que ou a questão não foi discutida em reunião da redacção, ou não tendo ainda acontecido tal reunião, não foram activados os mecanismos que estou certo o jornal público tem ao seu dispôr para repôr a verdade dos factos em tempo útil. só pelo facto de se ter sido publicada uma segunda vez, é que me senti na obrigação de escrever este post.

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