Grande Reportagem
Ainda estou a saborear a nova Grande Reportagem (o que para quem me conhece é bom sinal) mas já houve duas páginas que não me agradaram. Duas páginas de publicidade a um perfume masculino. Gostava de ter visto um pequeno aviso na primeira que me informasse que se trata de publicidade… Parecia-me um artigo da revista e fico sempre aborrecido quando caio numa dessas armadilhas dos chicos espertos da publicidade. Armadilhas que nascem com o conluio dos editores, certo?. Tá mal, tá mal.
Há dias em que só a publicidade me enche as medidas numa revista, noutros tenho mais do que fazer do que ler prosa de vendilhão. Quero é, sem grandes dúvidas, poder escolher o que fazer num segundo.
Nota menos neste ponto para este número da GR.
December 1st, 2003 at 2:39 pm
Tem calma amigo! Já te esqueceste de olhar para os teus pés e reverificares o chão que pisas? O lodo que te cobre até aos tornozelos chama-se Capitalismo – Perdão! – Economia de Mercado; Quer queiras quer não, tens que aguentar o cheiro a podre.
Aquele abraço do
Zecatelhado
December 15th, 2003 at 4:46 pm
Vai levar no cú, oh Zé!!!
May 13th, 2004 at 12:01 pm
Infelizmente os meus receios confirmaram-se acabaram com a GRANDE “GRANDE REPORTAGEM” porque?
Para tentar aumentar os lucros pode ser que não tenham uma surpresa e aconteça precisamente o contrário.
Porque saiu Francisco José Viegas?
May 13th, 2004 at 2:07 pm
Pois…
August 16th, 2004 at 12:08 pm
Cum carago: apanhei um susto com o ‘post’ do André e pensei que a GR tinha mesmo acabado! É que estou fora do país e pedi aos meus pais que me fossem guardando as revistas, para ler depois (aquilo não perde qualidades por ter uns meses em cima, longe disso). Mas esta página refere alguns números mais recentes da GR, de modo que estou mais descansado:
http://www.who.pt/newsletter/n18/newsletter18.html
August 16th, 2004 at 12:11 pm
Eu queria dizer: o ‘post’ do António Farinha…
August 19th, 2004 at 2:23 pm
Expliquei-me mal a qualidade é que acabou, infelizmente… E eu que tenho todas desde o n.º6.
É o lucro colocado a frente da qualidade.
António Farinha
August 21st, 2004 at 3:05 am
Eu é que tinha lido o âpostâ à pressa; a parte de âpara tentar aumentar os lucrosâ? era esclarecedora… O que não sabia é que o Francisco José Viegas tinha saÃdo. Os últimos números que pude ler são ainda de Março. Pessoalmente, continuava a gostar da Grande Reportagem, mesmo semanal. Por exemplo, mantinha-se (mantém-se?) aquela dupla contrastante de crónicas do José Manuel Barata-Feyo e da Paula Moura Pinheiro (estilo, o pessimista empedernido e a optimista de pedra e cal), mantendo pelo menos uma parte da velha identidade da revista. Mas reconheço que já foi bem melhor. Comprei a GR regularmente durante uns três anos e depois menos regularmente, durante talvez o último ano ainda em edição mensal. Acho que, no tempo do Miguel Sousa Tavares, era dado maior privilégio à reportagem âde fundoâ?. Sabia bem comprar uma revista um pouco inclassificável, de impecável cariz jornalÃstico, mas capaz de conceder a capa à serenidade duma paisagem do deserto. Havia nisso qualquer coisa de Manifesto, contra a pressa tão vulgar e inútil de tratar âem profundidadeâ? a espuma dos dias. Não tenho a ideia de que o Franciso José Viegas seja pessoalmente inclinado a tais pressas. Notou-se foi que, depois da saÃda do MST, os cenários calmos e longÃnquos da capa recolheram ao interior da revista e deram lugar a temas mais actuais. Para manter a analogia atlética, digamos que passou a dar-se mais destaque à reportagem âde velocidadeâ?. O que não era necessariamente mau, mas diferente, e afectou um bocado a identidade da revista. Em particular, desgostou-me a birra artificial com Mota Amaral, sem desperdÃcio da oportunidade para cartazes bombásticos em tudo quanto era paragem de autocarros. Não morro de amores pela ave em causa, mas parece-me que o nosso ilustre âassembladorâ? se desembaraçou com a elegância possÃvel da tentativa de sensação, em torno de um facto conhecido e de relevância actual no mÃnimo duvidosa. Na passagem a edição semanal, a perda das crónicas do Ferreira Fernandes é triste. Apesar de tudo, parece que a revista persiste, há muito tempo… o que não deixa de fazer lembrar um corredor âde fundoâ?. Tenho para mim que um regresso do MST comprovaria que a qualidade pura e simples, sem concessões, também vende. Mas se calhar estou enganado.
September 10th, 2004 at 10:24 am
Volta Miguel
Enquanto ele esteve a frente da GR vendia bem por isso penso que a qualidade, neste nosso país, também vende ao contrário do que se vai dizendo.
Tenho muita pena que ele tenha saído e que o Grupo PT tenha acabado com a melhor revista em Portugal.