Tem mais de 90 anos e ainda trabalha.
Ao contrário de outros tem a companhia quase permanente da esposa na sua pequena oficina de 2 por 5. Ele contribui com a mão-de-obra, ela gere as contas, regista a propriedade dos sapatos, botas e afins. Um duo aparentemnte perfeito.
Algumas vezes (“Podia pôr-me um furo neste cinto?“) não quer cobrar nada… O Sr Manuel recebe o dinheiro com que pagamos como se fosse uma prenda dada a uma criança, algo inesperado e quase imerecido. É isso que me lembra naquele instante em que um sorriso lhe ilumina o rosto enrugado e habitualmente sisudo.
Ainda há uns quantos por aí, mas este é muito provavelmente o melhor sapateiro de Lisboa, quem o diz calça saltos altos, não sou eu…

Comentário da Giesta:
Eu também conheço o Sr. Manuel!!
É uma simpatia de velhote. Já tem calhado aparecer lá a saltitar porque estou com um sapato aleijado e a necessitar urgentemente dos préstimos do Sr. Manuel.
Numa das últimas vezes que lá fui e em que calhou não estar lá a mulher dele, que tinha ido ao banco, o Sr. Manuel, todo muito sorridente confessou que só tem pena de não ser mais novo. É que segundo ele, as mulheres são cada vez mais bonitas e ele ainda gostava de dar por aí umas voltinhas!!!
Viva a voz da experiência!

E um beijinho para o Sr. Manuel, o nosso sapateiro!