Enquanto ninguém (entre os partidos) se entende quanto ao que é que querem que seja o Serviço Público de televisão, rádio… Alguma coisa se vai fazendo. Não sei se já alguém aqui trouxe a notícia do Público de ontem que vou reproduzir – falta-me tempo para a blogo-esfera – , mas para a tal definição implícita, muito vaga, que aqui deixei, o trabalho da Escola da RDP na formaçao de jornalistas integra-se perfeitamente no conjunto de metas e características que enquandram a especificidade do serviço público.
Deixo o link provisório e a cópia em anexo para que perdure.

Escola da RDP Pretende Ser Referência para o Português Falado
Por PAULO MIGUEL MADEIRA
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2003
A RDP vai relançar a actividade do seu centro de formação, que passará a chamar-se “Escola da Rádio”, com o objectivo de recuperar uma tradição em que nas rádios públicas se fazia o culto da voz, da pronúncia e do rigor da língua portuguesa de acordo com o seu padrão culto.
“Quem vai ao microfone tem de ter voz. E também pronúncia e entoação correctas, e falar a língua portuguesa com rigor”, disse ao PÚBLICO o dinamizador da futura escola, o jornalista José Mário Costa. “Apesar de no país existirem várias pronúncias, tem de haver uma norma-padrão”, sobretudo nas rádios do Estado, de modo a que sejam simultaneamente “um veículo de informação e formação. E hoje isso não está a acontecer”, acrescentou.
José Mário Costa (que passou pelo “Expresso” e pelo PÚBLICO, “Record” e SIC), foi organizador do último curso da TSF para jornalistas, em 1990. Colaborou ambém na fase de arranque da estação e mantém na Internet um “site” para esclarecimento de dúvidas sobre a língua portuguesa, o Ciberdúvidas. O mesmo responsável lembra que se trata de retomar a tradição da antiga Emissora Nacional, durante Estado Novo, que de algum modo ainda se mantém na Antena 2. A actual administração da empresa pretende, afirma, recuperar essa tradição abrangendo a nova filosofia quer na área de informação, quer na de programas. O dinamizador da Escola da Rádio dá os exemplos de emissoras públicas como a BBC (Reino Unido), Voz da América ou Voz da Alemanha, que se orientam segundo princípios idênticos.
A escola deve arrancar até ao fim do ano, numa primeira fase apenas com acções de formação em contínuo para os profissionais da empresa. “Os responsáveis das várias estações e das delegações regionais da RDP vão relatar as necessidades de formação, e as acções específicas serão montadas em função disso”, disse ainda José Mário Costa. Para recrutar formadores, a escola recorrerá “a antigos e actuais quadros da RDP, mas não só”.
Numa fase seguinte, será lançado um “curso para novos valores”, de modo a recrutar profissionais para a RDP e a lançar no mercado de trabalho pessoas qualificadas. “Para entrar nesse curso será necessário ter voz – que é um talento inato mas que pode ser melhorado – e forma de falar adequadas.”
Depois, com a prevista junção da rádio e da televisão públicas sob uma só empresa, “haverá uma extensão desta estrutura às necessidades da TV”, conta o mesmo responsável, abrangendo também as áreas de informação e programação, mas acrescentando aqui a componente técnica. “Por exemplo, locutores, realizadores, sonoplastas.” Finalmente, a escola pretende ter também uma vertente de cooperação com os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

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