Sofregamente puxava e puxava. Três vezes puxou o ar filtrado para os pulmões. O cigarro tremia-lhe nos dedos da mão direita. Com a esquerda ajeitava os óculos escuros, depois a madeixa de cabelo castanho que lhe descaia para a fronte…
Caminhava com uma mala preta pendurada do ombro esquerdo. A espaços, olhava para as pedras da calçada calculando terreno seguro para os saltos altos… A madeixa caia, os óculos descaiam e o cigarro subia assim que levantava de novo a cabeça. E puxava, puxava. Até encher de novo os pulmões daquele ar. E assim seguiu e assim a perdi de vista hoje à hora do almoço, ali para as bandas da Duque de Ã?vila.
Será que fiz mal em não lhe dizer que tinha o cigarro apagado, por “abrir”?

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