O dois em um imprescindível.
Ainda o PS e a reciclagem da direcção.

Já aqui falei mais demoradamente (para um blog) sobre as possíveis soluções para o imbróglio da mudança de direcção, agora demoro-me mais um pouco na questão da orientação política. Outra das vítimas do cerrar fileiras e da novela judicial.
Verdadeiramente despropositado seria mudar apenas as figuras. E aqui entro noutra questão mais comum, menos excepcional que é a da orientação política.
Politicamente faltou algo a esta direcção que gostava de ver colmatado na próxima. A actual liderança surgiu como solução de recurso foi a eleições e neste meu pequeno mundo ficou-se por aí. Quando pensa o confronto com o PSD, ainda está agarrada à derrota pela margem mínima, envolta em heroísmo, à espera do prolongamento.
Dizem-me que muito mudou internamente mas quando pergunto que orientações há agora, nomeadamente de política económica, ouço o silêncio ou, na melhor das hipóteses, “um estamos a trabalhar nissoâ€?.
Entretanto agravou-se a crise da Casa Pia e, salvo raras excepções, pouco se tem visto o PS. Alegra-se, talvez, o homem do partido com os auto-golos do governo que tem permitido boas sondagens?
O PS não assumiu convincentemente os erros do passado. Explico-me melhor: quando assumo um erro devo propor qual deveria ter sido a conduta correcta, aquela que me proponho seguir após esse processo de aprendizagem. Esse passa a ser o objectivo quando na oposição. Isto além da denúncia, da fiscalização da acção governativa, da congruência entre o prometido e o realizado.
Do PS, perante o disco riscado da delegação de culpas aventada até à exaustão pelo actual governo, só ouvi responder que errou e já pagou por isso nas eleições. Mas isso é curto, falta concluir a lição que se aprende com o erro. A lição que raramente se tira na oposição, a lição que se finge sabida à pressa em pré-campanha e que depressa se esquece em caso de vitória como exemplificou recentemente o PSD.
Não tive a felicidade de ouvir nenhuma entrevista com Ferro Rodrigues onde ele fosse além desta resposta do já pagámos. Nunco o ouvi escalpelizar os erros e apontar as soluções. Não numa lógica do que deveria ter sido mas antes numa lógica do que deverá ser, entenda-se! Lembro-me de uma mítica entrevista à SIC Notícias que não pude ver. “A melhor entrevista de sempre de Ferro Rodrigues.” Terá satisfeito aí estes meus intentos? Não o ouvi, repito. E o fenómeno parece também não ter tido réplicas.

Se nos primeiros meses após as eleições esse diagnóstico podia ainda não estar feito agora é difícil que permaneça inexistente. E sabida a lição há que partir de imediato para a batalha com ela como estandarte.
Hoje, um ano e meio depois das últimas eleições, seria a altura certa para iniciar a batalha pública pela alternância, criticando o que está mal e demonstrando a bondade da alternativa.
A culpa desta situação (acreditando na cabala) pode até ser do inimigo mas quem é que no seu íntimo está convencido da capacidade da actual direcção do PS para travar essa batalha?
Tendo dúvidas mais do que razoáveis sobre a existência de uma cabala organizada por uma entidade cerebral, de comando centralizado, acho de todo aconselhável realizar o exercício que Manuel Maria Carrilho propõe.
Engulam a vaidade e a megalomania do senhor e ouçam o profeta que quer evitar a maior desgraça.

Deixei algumas palavras que melhor enquadram o que acabei de editar sobre este assunto aqui.

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