O Paulo Gorjão deixou já uma resposta à minha pergunta do post anterior.

Mais em jeito de complemento daquilo que penso do que com o objectivo de polemizar acrescento o seguinte.

Concordo que o momento mais oportuno para um referendo teria sido em 1986, mas não me passa pela cabeça haver um novo salto na integração sem que todos sejamos responsabilizados por esse facto particular.
Parece-me que é precisamente nestas matérias completamente extraordinárias (delegação de mais uma tranche de poderes de soberania, por exemplo) que mais sentido faz utilizar a figura do referendo.
Não havia uma carta concluida quando o actual parlamento foi eleito; preferiria que me dessem a possibilidade de exercer o meu voto face ao que vier a ser a carta que se prepara.

E depois temos o que parece. Parece que a democracia, e as intenções de participação democráticas, são secundárias no que se refere à UE. Com grande pressão se aumentaram os poderes do parlamento europeu, com grande pressão houve referendos noutros países.
Há um défice inevitável por aqui. Mesmo que o tempo não seja o mais oportuno – e não afirmo isso – é inevitável um cheirinho de democracia directa em Portugal quanto a uma eventual nova fase da integração europeia. Não haver esse cheirinho é um handicap que nos poderá sair muito caro frente a populismos futuros, talvez mais depressa do que podemos adivinhar.

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