O Almeida
É muito raro comprar dois jornais mas hoje calhou.
Pedi o Público e enquanto esperava reparei que o Diário de Notícias trazia a edição anual do DN 1000 Maiores.
Qual é a história?
A história é que quando vinha a passar junto ao Técnico e distraidamente avaliava os danos do temporal, saltitando por entre destroços de árvores, fui interpelado pelo Almeida de serviço.
No início não o entendi apenas o vi olhando para os jornais que eu trazia debaixo do braço.
Perguntava-me se já os tinha lido. Expliquei-lhe que os havia acabado de comprar, mas ele insistiu, “Então e não me dispensa um?”
Feito parvo dei-lhe um euro que ele agradeceu e segui caminho. Passados 10 segundos voltei para tráS pedi-lhe desculpa (e o euro de volta – sou fã do Tio Patinhas o que é que querem) e disse-lhe para escolher o jornal. O senhor alegremente me devolveu a moeda (muito mais alegremente do que a tinha recebido) e escolheu o Diário de Notícias.
São assim os equilíbrios do mundo. Fiquei com a sensação de ter estado à beira de perder a alma…
October 31st, 2003 at 1:23 pm
pela mão do TdN, cheguei a este pedacinho de soro fisiológico para a alma. Lembrei-me, quando o acabei de ler, de um poema do Eugénio de Andrade que, na segunda metade dos 80’s me acompanhava para todo o lado (cito-o de memória, o eugénio de andrade que me perdoe alguma adulturação!)
“passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos
se alguém chama por nós, não respondemos
se alguém nos pede amor,não estremecemos
como frutos de sombra, sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos”
Tenho a certeza que, nem com outro temporal igual ao de ontem, o meu amigo vai ao chão.
Já pûs o adufe nos favoritos. Um abraço. Laura
October 31st, 2003 at 1:59 pm
Fico sem palavras cara Luisa.