Andei vagueando no sotão do meu computador.
É lá que recupero pedaços da minha memória secreta que aos poucos aqui se publica.
Sei que preciso alimentar a minha memória secreta (espero que não à custa do Adufe) mas hoje recordo-me há oito anos num pequeno proto post de que ainda gosto.
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Sob o signo do simbólico
Auscultadores sem fios
A Dupla Vida de Verorica Uma vez chorei ao ver um filme. Lembro-me de querer chorar convulsivamente. Vi o filme sozinho, na minha televisão.
No dia seguinte disse a um amigo que me tinha apaixonado por uma actriz. Hoje, sei que me havia apaixonado pela história e pelo filme. Senti-me feliz e incrivelmente livre pela surpresa das minhas sensações. Amei quem soube contar a história. Recontou-a e voltei a chorar. Às vezes quero ser a árvore viva da última cena.
«O dia 23 de Novembro de 1996 foi o mais importante das vidas delas. Foi nesse dia que, às 3 da manhã, as duas nasceram em cidades diferentes, em dois continentes diferentes. As duas tinham cabelos escuros e olhos castanho-esverdeados.
Quando tinham dois anos e já andavam, uma queimou-se ao tocar no forno. Alguns dias mais tarde, a outra aproximou também o dedo a um forno mas retirou-o no último momento. E não podia saber que se ia queimar.
– Gostas?
– Podia chamar-lhe “A vida dupla de…â€?. Não sei que nomes lhes vou dar.»
Um dia, talvez em Cracóvia, tirarei fotografias.

Nota: Excerto e alusões incidentais ao filme “ A vida dupla de Veroniqueâ€? do Realizador Krzysztof Kieslowski.

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