Numa altura em que pomos “alegadamentes” atrás e à frente de tudo e em que confundimos a árvore pelo todo para magnificar a ideia de escândalo, noto que nesta notícia da SIC os caldos de galinha iniciais Alunos da Casa Pia em eventos organizados por médicos, artistas e oficiais da Marinha depressa caiem na tal generalização injusta A rede de pedofilia da Casa Pia teve ligações à Marinha e à tauromaquia portuguesa e esteve activa no interior da Expo 98, de acordo com o semanário Expresso.

“Teve, alegadamente, ligações a médicos, artistas e oficiais da Marinha” parece-me bem…

“Teve, alegadamente, ligações à Marinha e à tauromaquia portuguesa e esteve activa no interior da Expo 98″ já ultrapassou o risco. A menos que se queira dizer que:
– a rede de pedofilia enquanto organização teve ligações a essas outras organizações criminosas;
– essas outras instituições que enquanto tal agiram em conluio com a rede;
– uma instituição seja sempre definida pelos piores elementos que a compõem.
Será que só a mim me incomodam este detalhes de semântica?

P.S.: A despropósito (ou talvez não), a demissão do presidente do IEP pode justificar-se por corroborar um inquérito infeliz e inconclusivo mas não se pode justificar para pôr uma pedra sobre o assunto, para que não se apurem responsabilidades materiais sobre o que se passou com a ponte que caiu no IC 19. O erro não foi do presidente, seguramente, assim como não foi do Ministro, ou de Jorge Coelho numa outra história de um passado similar. Julgo que dizendo isto este post fica mais coerente e, de facto, este post scriptum não vem mesmo nada a despropósito.
A definição de responsabilidades, dos seus limites, não parece estar ao alcance do entendimento de muita gente (pelo menos de alguns políticos, de alguns jornalistas…). Pena que essas falhas intelectuais sejam tão cirurgicamente selectivas e sucessivas.

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