Inicia-se aqui uma série de textos sobre reciclagem. Um debate que não tenho visto praticamente em lado nenhum…>
Nos próximos dias divulgarei aqui uma troca de opiniões que se tem realizado por e-mail entre Henrique Agostinho e João Miguel Vaz e que julgo contribuirem um pouco para esse objectivo de ir um pouco além da análise superficial sobre o tema. Os interlocutores serão apresentados com mais detalhe nas próximas entradas do Adufe. Para já um enquadramento a quem não tenha acompanhado os antecedentes.

A 3 de Setembro trouxe para o Adufe pela primeira vez o tema da reciclagem.

Escrevi: “Ora bem, pagar já nós pagamos, quer directamente (através da taxa de saneamento básico de cada Câmara, através dos impostos), quer indirectamente (cof cof, infecções, cancros, intoxicações, perda de beleza do meio ambiente, etc, etc) e ainda assim o problema não se resolve, agrava-se. Em Portugal, dizem as estatísticas, o número daqueles que recicla é mínimo… Mesmo com democracia, mesmo com o mercado a funcionar. Algo está a falhar…
De certeza que há solução, ou mesmo soluções…

Terminei com o seguinte relato:
“Uma amiga meio a brincar, meio a sério disse-me que se recusava separar gratuitamente o lixo e posteriormente colocá-lo no respectivo ponto de recolha a custo zero. “Não há gajos que ganham dinheiro com o meu lixo? Se me pagassem uma parte do seu valor eu investia tempo e dedicação em seleccionar, acondicionar e entregar o lixo. Porque o meu lixo tem retorno, como pode ter retorno a garrafa e algumas outras embalagensâ€?. Ainda argumentei “Então e a tua preocupação com o meio ambiente, esse seria um teu contributo activo para teres um mundo melhorâ€?…. Está bom de ver que a moça me atirou à cara o vizinho free rider que dá cabo do esquema.
E de facto, pensando bem, porque não consideramos esta hipótese? Se além de campanhas de sensibilização (úteis para que todos percebamos o que está em jogo, que todos “lucramosâ€? com a interiorização do princípio do não desperdício e nos consciencializamos dos custos do nosso lixo) houvesse uma retribuição equivalente a uma percentagem do valor directo do lixo depositado talvez fosse mais fácil e seguro derrotar as lixeiras e reduzir a pressão sobre o planeta. Seguramente que não seria lucrativo produzir lixo para depois ganhar o valor da reciclagem mas seria confortante perceber que o custo de não reciclar é bem maior do que o de sermos os nossos próprios lixeiros.”
Texto completo aqui.
Continua…

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