Escrevo-te um dito pensando no mar.

Não vemos o mar há meses.
Passou parte da primavera, todo o verão…
Dizes-me que és uma mulher do Outono. Da beleza multicolor e fugaz do Outono.

O teu Outono faz-se olhando o Paiva do alto das encostas de Montemuro, ou então mais a baixo, no parapeito da Igreja das Siglas, encostada ao velho cipreste, cercada de carvalhos, nogueiras e castanheiros…
Mais além, salgueiros, choupos e freixos. Sempre com o correr da água, sempre com uma nova cor num último esplendor de folhas-pétalas.

Até que te despedes em zigue-zagues, debruçada na janela do carro, espreitando os rápidos do Paiva mais soluçantes e mais vivos, descobertos do véu de folhas que se dissipa num mar d’Outubro.

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