A propósito do meu post sobre a carta aberta de um oficial do Exército no Público interessante e divergeeeeeeente a opinião expressa aqui.
Em jeito de comentário na troca de e-mails com o Quinto dos Infernos retribui o seguinte troco (com ligeiríssimas correcções):

Uma das diferenças entre as duas formas de ler a carta, parte do nível de expectativas. Não li a carta à procura das “explicações” para este último caso – o da demissão do General. E julgo que não era esse o objectivo (principal) do Major. Se tivesse outras expectativas até compreendo a sua frustração sobre a carta.
Também tenho alguma, pouca, família no meio e longe das altas patentes, concretamente, na Marinha.
E se há facto de que não tenho dúvida é que o mau estar é geral na Marinha, também. E não se resume ao episódio Paulo Portas, é bastante anterior. E passa pela organização interna do ramo, pela falta de respeito, por não se honrarem os compromissos, por abusarem do voto de silêncio obrigatório, pelo tratamento discriminatório face a outras forças para-militares, pelas condições de trabalho, pelo equipamento disponível, pela falta de objectivos claros. Os levantamentos de rancho não são caso exclusivo do exército, por exemplo. Neste ponto remeto-o para a polémica com o Carimbo e para o post em defesa do PR que surge no adufe onde abordei de passagem alguns destes aspectos.
Admito que no exército, habituado por exemplo a um papel que vai perdendo na própria lógica militar moderna e bem mais atrasado no caminho da racionalização (a começar pelo excessivo quadro de oficiais) e modernização haja também um exagero de “instinto de sobrevivência”. Mas esse exagero não nos pode toldar para a realidade das FA’s nos últimos anos (a minha memória recua aos tempos de Fernando Nogueira não mais). O poder político tem sido sistematicamente irresponsável na política de defesa. Julgo que mudar esses estado de coisas e ter consciência dele é bem mais importante do que o sintoma grave recente protagonizado pelo Ge. Silva Viegas.

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