Finalmente Monsanto. Depois de tantos anos de reverência a cada passagem entre Castelo Branco e Penamacor, finalmente Monsanto.
Sempre tive o granito por perto, mesmo aqui cerca de Lisboa. A Mãe estava lá, na figura de Sintra. Sempre gostei de escalar a serra: Santa Marta, Galeota (Sortelha a Velha), Sortelha, Estrela, São Macário, Montemuro, Penha Garcia, São Mamede, Marvão, Monchique, Monsanto…
A charneca de Namora, o rio Pônsul dos Romanos e da magnífica Egiditânea (Idanha-a-Velha), os contra fortes de Penha Garcia, as primeiras terras de Espanha, as planuras do Alentejo que de adivinham em direcção ao Rosmaninhal. A Gardunha, a Estrela. Tanto que se vê do alto de Monsanto.

E que mais tem Monsanto (em duas horas de estadia) tem a história das pedras e dos homens contada como em poucos lugares. Tem gente que se espanta a cada esquina e tem gente que se envaidece com a “Sua rua”. Senhoras de cabelos grisalhos, com ou sem Marafonas para vender, convidam-nos a descer pela sua rua. “Há que variar!”, ” Então a nossa rua não é também bonita?” perguntam-nos do alto balcão (festival de flores em pequenos canteiros) quando nos decidimos por aquela quelha. “É pois!” respondo como se o Turista fosse. O único e teimoso turista que todos os dias por ali se aventura.
Entre a Igreja e a casa de Fernando Namora ganho um Adufe, um dos autênticos de pele de porco esticada . Singelo, de poucos floreados, como sempre o imaginei e conheci desde menino. Tira verde a prender as peles, remates de trapo coloridos nos vértices, pedras e guizos no interior para convencer a bela raiana a virar costas a Castela. Soubera eu tocar! Para o ano há mais.

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