A propósito desta notícia do DE:
De princípio, atendendo aos compromissos assumidos por Portugal, pouco haveria a argumentar para impedir o acesso à zona económica exclusiva portuguesa por parte das frotas pesqueiras dos nossos vizinhos, nomeadamente, a espanhola. Mas quase sempre que nos põem à prova o cumprimento da nossa palavra e depois de muitos e muitos de nós termos afirmado que era hora de pagar um bocadinho da factura anexa à entrada no UE vêm à ribalta a esperteza saloia de outrém.
O governo espanhol continua a fazer tábua rasa dos ultimatos que a União Europeia fez no sentido de eliminar imediatamente as barreiras ao livre exercício de direitos por parte de empresas estrangeiras a operar em Espanha, mesmo que possuam ainda capital público desde que minoritário. Como por exemplo a EDP.
É difícil ser um país de palavra quando a quem menos deveria custar – a Espanha tem pouco a invejar em desenvolvimento económico face ao nosso estimado país – raramente se vêem cumprir as promessas.
A tentação de mudar sistematicamente as leis do jogo permanece e sempre é o mais forte a fazer lei. A base da União Europeia passa pela conciliação, pela mitigação de um exercício absoluta da força dos grandes, que a ter rédea solta facilmente poderia fazer-nos regressar ao passado das guerras. Qual é o nosso papel então?
Com dignidade e firmeza compete-nos reclamar o que está estabelecido em todas as áreas de envolvimento europeu, mesmo as que nos custam, mas dando-nos ao respeito. E esse mínimo não podemos dispensar nunca. Espero que assim façam os nossos governantes.

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